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Psicopatiza-te! Aprenda as delícias de ser um Psicopata

Uma capacidade brilhante dos psicopatas é o domínio sobre o stress, pois quanto mais complexa a situação, mais frios, focados, obstinados e serenos eles se mantêm.

Frieza, indiferença ante o stress, capacidade de liderar em meios às não poucas adversidades e manter-se sereno: eis algumas características comportamentais que torna, quiçá, vantajoso e interessante ser um psicopata.

Kevin Dutton é psicólogo, investigador e membro honorário do Calleva Research Center for Evolution and Human Sciences, Magdalen College, University of Oxford. É autor de um livro sobre psicopatas titulado “The Wisdom of Psychopaths: What saints, spies and serial killers can teach us about success”. A tese de Dutton é que ser um psicopata, alguém que carece de empatia, compaixão e autoconsciência, não é tão mau como parece.

Os psicopatas não têm medo, são encantadores, capazes de centrar-se ou focalizar-se de forma extraordinária no que lhes interessa, são frios e dispõem de uma capacidade de tomar decisões em situações de alta pressão onde os demais se derrubam. De fato, uma característica que brilham os psicopatas é a capacidade para tolerar o stress. Quanto mais complicada a situação, mais frios se mantêm os psicopatas. Também são muito bons percebendo as expressões faciais, reconhecendo as emoções e lendo a mente das pessoas, o que é logicamente uma vantagem enorme se queres manipular alguém. Têm uma habilidade maior do que o normal para dizer se alguém está mentindo ou é emocionalmente vulnerável.

A psicopatia para Dutton é um espectro, não uma questão de tudo ou nada, e traços psicopáticos são muito comuns em advogados, santos, soldados de forças especiais, empresários de êxito e cirurgiões. Os psicopatas são carismáticos, alegres e divertidos. Em sua companhia sentimos que tudo é possível. E uma coisa muito importante: Dutton nunca encontrou um psicopata que lamentara ser psicopata.

Segundo Dutton, ao falar de psicopatas pensamos automaticamente em assassinos, mas a maioria dos psicopatas utiliza a violência de um modo instrumental, como um meio para conseguir um fim. Quer dizer, para Dutton, a psicopatia pode ser boa, ao menos com moderação. A psicopatia é como a luz do sol. Se te expões demasiado a ela, podes apressurar teu próprio fim de uma maneira grotesca e carcinógena. Mas a exposição regulada a uns níveis controlados e ótimos pode ter um impacto significativo e positivo no bem estar e a qualidade de vida.

Dutton etiqueta um conjunto de sete princípios fundamentais da psicopatia que, repartidos com bom critério e aplicados com o devido cuidado e atenção, podem ajudar-nos a conseguir exatamente o que queremos; podem ajudar-nos a responder, mais que reagir, aos desafios da vida moderna; podem transformar nossa atitude de vítima na de vencedor, mas sem converter-nos em vilões:

  • Impassibilidade
  • Encanto
  • Concentração
  • Fortaleza mental
  • Intrepidez
  • Atenção plena
  • Ação

Também diz que todos nos beneficiaríamos ao cultivar nossos traços psicopáticos latentes. Assim que, a próxima vez que você se encontrar em uma situação difícil, imagina o que faria se não tivesse medo: PSICOPATIZA-TE!

Para terminar, uma curiosidade: em um de seus artigos Dutton recolhe o extrato de uma entrevista que fez a um psicopata. A entrevista tem lugar na cárcere e em um momento dado o psicopata lhe dá a entender que se uma mulher não quisera ter relações com ele, ele as conseguiria de outra maneira. Dutton recolhe as coisas para ir-se e lhe diz que aprendeu que eles dois estão desenhados de maneira diferente e que por isso o psicopata está dentro da prisão e Dutton fora. A resposta do psicopata dá muito no que pensar:

“Não deixes que engane teu cérebro, Kev, com todos esses exames que não deixam ver a realidade. Só há uma diferença entre você e eu: Eu quero algo e vou atrás, você quer e não vais atrás”.

“Está assustado Kev, tem medo. Tem medo de tudo, vejo em seus olhos. Medo das consequências. Medo de que descubram. Medo do que pensarão. Medo do que farão quando vierem chamar à tua porta. Tem medo de mim”.

“Tem razão, você está fora e eu estou aqui dentro. Mas, quem é livre, Kev? Livre de verdade, quero dizer. Você ou eu? Pense nisso hoje a noite.”

Fonte: JusBrasil